Empresas de telefonia e agência não garantem bloqueio total de celulares

Data de postagem: Jan 25, 2012 12:15:24 AM

Gazeta do Povo (Curitiba-PR) 19/05/2006

Brasília e Curitiba – As empresas de telefonia celular e os técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vão utilizar diferentes soluções técnicas para bloquear as transmissões de celular em seis penitenciárias de São Paulo nos municípios de Avaré, Presidente Venceslau, Iaras, Franco da Rocha, Araraquara e São Vicente. Mas os técnicos da agência e das empresas não garantem que conseguirão impedir totalmente as transmissões, apesar de garantirem que vão cumprir a decisão da Justiça que determinou o bloqueio de celulares nos presídios em 48 horas.

Os técnicos das Anatel e das operadoras se reuniram ontem para discutir as soluções técnicas com os representantes da Vivo, Tim, Claro e da Nextel, empresa de trunking. O gerente de Regulação de Serviços Móveis da agência, Bruno Ramos, disse que nas penitenciárias localizadas nas áreas rurais é mais fácil fazer o bloqueio das ligações.

A maior dificuldade para impedir as transmissões nas Estações Rádio-Base – ERBs (antenas) é quando elas têm um tráfego muito grande de ligações, o que acontece normalmente nas cidades.

Especialistas

O bloqueio permanente dos celulares em presídios depende de um projeto específico para cada caso, garantem especialistas em telefonia móvel. “O primeiro passo é verificar as antenas emissoras próximas ao local”, explica Eduardo Neger, engenheiro de telecomunicações.

De acordo com ele, a tarefa exige conhecimentos técnicos altamente especializados e só pode ser feita por profissionais encontrados nas operadoras de telefonia.

“Além disso, é necessário um acompanhamento mensal para ajustar o bloqueio, já que a rede de telefonia móvel está constantemente mudando”, acrescenta Neger.

Existem diversas maneiras de bloquear o sinal de um celular dentro de um presídio – como o uso de materiais que impedem a passagem das ondas, ou desligar as antenas próximas – mas o método permanente mais adequado, segundo os técnicos, é a instalação de equipamentos que emitem ondas na mesma faixa de freqüência do aparelho (De 800 a 900 MHz para CDMA e TDMA e de 900 a 1800 MHz para GSM) o que cria ruídos. Na prática, os celulares dentro da área bloqueada ficam sem acesso à rede. “Mas não dá para fazer isso em 48 horas como o governo quer”, avalia Neger.

Marco Sanchotene com agências